Reflexões sobre o Amor (11)
Amigos... De forma impressionante
o Evangelho do último domingo recorda-nos de um dado pouco considerado: a
prontidão do nosso coração em meio á “ausência” do Amor santifica-nos porque a
criatividade Dele anda por caminhos, que ainda que estreitos, possa
Encontrar-nos quando sabiamente O esperamos. Compreender um coração assim soa
destoante uma vez que vivemos e nos relacionamos em contextos de pressa e
correria ao ponto de que o cume dos esforços é pautado numa eficácia que o
tempo todo não dá-nos o direito de parar um pouco e contemplar o mistério da
Vida. Assim o coração de quem ama vive a experiência da contradição de caminhar
sob a guia da fé certificando-nos que Ele vem (Lc 12, 40) e isso por si é
propriamente um Encontro (Hb 11, 1) que nos mantém acordados (Lc 12, 37) pronto
a abrir a porta ao menor sinal de que Ele está batendo do outro lado (Lc, 36).
Aqui o coração em processo de conversão já experimenta uma felicidade que a
frenesi da correria não nos permitiu: a realização de ser encontrado pelo Amor
quando o esperamos em meio as nossas madrugadas geladas e carregadas de medos.
Assim é próprio do Amor caminhar no limite de encontrar-nos quando não mais O
esperamos (Mt 28, 3; Mc 16, 5; Lc 24, 4; Jo 21, 15-17; Mt 1, 18) para que de
fato se inaugure um tempo novo em nosso mundo interior (Fl 1, 21) sendo o Amor
mesmo com toda Sua lógica a riqueza da nossa vida e que partindo da nossa
prontidão contra toda incerteza possamos indicar a beleza do céu á partir da
nossa pobreza (Mc 5, 3) que encontra a vocação das entregas cotidianas quando
se compreende que “Esperar significa crer na aventura do amor, ter confiança
nas pessoas, dar o salto no incerto e abandonar-se a Deus totalmente” (santo
Agostinho). Ótima semana!
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