SANTIDADE



Por Seminarista Jefferson Corrêa

Logo de início se faz necessário vermos aquilo que a Igreja nos fala sobre este tema belíssimo, a santidade, algo que todos nós somos chamados a viver. De acordo com o catecismo, número 826, a alma da santidade é a caridade: “A caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados. Ela ‘dirige todos os meios de santificação, dá-lhes forma e os conduz ao fim (Lumen gentium, 42)’.”
Não podemos esquecer também que a santidade exige um combate espiritual, e que toda escolha exige uma renúncia, por exemplo, se eu escolhi ser padre consequentemente eu renuncio o matrimônio, ou se eu escolhi o matrimônio, consequentemente eu renuncio o sacerdócio, isso vale para todas as escolhas que fizermos durante toda a nossa vida e inclui também a escolha pela santidade.
Ao escolhermos a santidade por meio de vida, escolhemos nos unir ao nosso Senhor, é a cada dia pegar a própria cruz e seguir a Cristo, não há, portanto, santidade sem cruz, ela é caminho para santidade, tendo em vista que para nós cristãos a santidade já não é uma opção de vida, mas é a forma de se viver, é ouvir as palavras do Senhor mesmo que elas nos sejam duras, como por exemplo, no evangelho de São Lucas capítulo 14, versículo 27, quando o senhor nos diz: “E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo”. Dessa forma, deve-se dizer que a santidade não é algo restrito, mas todos somos chamados a vivê-la. São Paulo fala do grande projeto de Deus e diz: “Nele (Cristo), Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4).
Como podemos perceber então, o Verbo, a Palavra Encarnada, Cristo Jesus, é o nosso modelo de santidade, “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim” (Jo 14,6). Jesus foi um exemplo de vida em santidade na sua submissão a Maria e José, já nos leva, portanto, à obediência como caminho para santidade. E nós como membros do Corpo Vivo de Cristo, enquanto Igreja, nos santificamos através desta união entre Cristo (Cabeça) e a Igreja (nós enquanto membros do corpo).
Segundo o saudoso papa e agora beato João Paulo II, a santidade não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas fazer coisas ordinárias (comuns) de forma extraordinárias, portanto, a santidade se vive na realização das pequenas coisas, desde que se viva segundo aquilo que é a vontade de Deus. A santidade é fazer das nossas atitudes as atitudes de Cristo, de seus ensinamentos, de sua vontade, Ele que é a plenitude da santidade.
Comecei esse texto dizendo que a alma da santidade é a caridade, o amor, encerro agora lembrando Santo Agostinho, e reafirmo, se vivermos em santidade poderemos dizer como Santo Agostinho nos diz comentando o quarto capítulo da 1ª Carta de São João “Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos” (7,8: PL 35). Se Deus é Amor, como nos diz São João, ao amarmos como Deus, poderemos fazer tudo, porque serão ações de Deus, ações de plena santidade, como são as ações de Cristo, assim diz o mesmo Santo Agostinho: “Ama e faze o que quiseres”. Por fim, nada disso é possível com nossas próprias forças, mas por nossa disposição a deixar o Espírito do Senhor nos conduzir e fazer-nos santos como Ele nos diz: “Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 2).

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