Padre Pio. Os milagres desconhecidos do santo dos estigmas




Zenit entrevista José Maria Zavala, o autor do novo livro sobre o sacerdote italiano


Madri, terça-feira, 2 de novembro de 2010 (ZENIT.org).- Foi publicado na Espanha o livro “Padre Pio. Os milagres desconhecidos do santo dos estigmas” (Editora LibrosLibres, em tradução livre). O livro traz testemunhos de conversões e curas atribuídas ao santo e reunidas pelo autor, José Maria Zavala.

“Nunca tinha sentido tanta vontade de compartilhar uma experiência como aconteceu com esta, que me marcou para a vida inteira”, reconhece o autor nesta entrevista concedida a Zenit, lembrando que a canonização de Pio de Pietrelcina (1887-1968), em 2002, bateu todos os recordes de fiéis da história do Vaticano.

ZENIT: Como é lembrado o Padre Pio no convento de San Giovanni Rotondo, onde passou quase toda a sua vida?

José María Zavala: Com um carinho imenso. Há fiéis que continuam sentindo o perfume intenso dos seus estigmas como o melhor sinal de que ele nunca os abandona, essa mesma fragrância que já deixou gelado mais de um incrédulo.

ZENIT: Muitas pessoas que o conheceram de perto ainda vivem?

José María Zavala: Poucas, mas tive a grande sorte de entrevistá-las. Como a Irmã Consolata, uma freira de clausura com 95 anos que me recebeu no convento e me relatou episódios inesquecíveis e desconhecidos. Nunca lhe serei grato o suficiente. Nem a ela nem a Piepero Galeone, sacerdote octogenário com fama de santo, a quem o Padre Pio curou milagrosamente depois da Segunda Guerra Mundial. Ou a Paolo Covino, o capuchinho que administrou a Unção dos Enfermos ao Padre Pio. Todos eles romperam pela primeira vez seu silêncio para falar do Padre Pio neste livro.

ZENIT: Eles expressam alguma ideia comum?

José María Zavala: Todos coincidem em que ele fez o mesmo que Jesus na terra: converteu os pecadores, curou os doentes, consolou os aflitos… carregou com a cruz durante toda a sua vida para redimir os homens do pecado. O Padre Pio sabia muito bem que sem sacrifício pessoal era impossível ganhar almas para o Senhor.

ZENIT: Quem foi o Padre Pio?

José María Zavala: Um grande presente que Deus fez aos homens em pleno século XX para que continuem acreditando nEle. É impossível aproximar-se com simplicidade e sem preconceitos de sua figura e permanecer insensível. Conheço muita gente cuja fé estava morta por falta de obras e que, por intercessão do Padre Pio, agora está muito perto de Deus, reza e é feliz fazendo felizes aos outros.

ZENIT: Existe uma relação entre suas horas no confessionário e os estigmas?

José María Zavala: “Tudo é um jogo de amor”, ele dizia. De Amor, com maiúscula, pelo próximo; ele sabia muito bem que o melhor se compra pelo preço de um grande sacrifício. O padre Pio viveu “crucificado” durante cinquenta anos com estigmas nas mãos, nos pés e no lado, que sangravam diariamente. Semelhante sofrimento moral e físico era um meio infalível para libertar muitas almas dos laços de Satanás. Por isso mesmo ele passava, às vezes, dezoito horas seguidas no confessionário.

ZENIT: Como um novo Cura d’Ars…

José María Zavala: Nisto reside a grandeza desse homem de Deus. San Giovanni Rotondo, onde viveu e morreu é, ainda hoje, um verdadeiro caminho de Damasco, pelo qual milhares de pecadores retornam ao Senhor. É o primeiro sacerdote estigmatizado na História da Igreja e com alguns carismas que o tornam muito especial, desde a bi-locação até o exame de corações que lhe permitia ler a alma dos penitentes.

ZENIT: “Farei mais barulho morto que vivo”, comentou Padre Pio um dia. O que quis dizer?

José María Zavala: Teríamos de perguntar às centenas de pessoas no mundo todo que, por intercessão dele, continuam se convertendo hoje e/ou se curando milagrosamente de uma doença mortal. Muitos deles contribuem com testemunhos impressionantes neste libro. Podemos afirmar que o Padre Pio continua atuando hoje, do céu, mais prodígios que quando estava na terra.

ZENIT: O senhor recolhe algumas conversões marcantes…

José María Zavala: Gianna Vinci me relatou em Roma um desse milagres que deixam qualquer um boquiaberto. Em certa ocasião, uma mulher, doente de câncer, pediu a seu marido, agnóstico, que a levasse a San Giovanni Rotondo, pois tinha ouvido que o Padre Pio fazia milagres. O homem impôs uma condição: esperaria fora da igreja. Então a mãe entrou sozinha com o filho de dez anos. Gianna Vinci estava ali e viu tudo. A mulher ajoelhou-se no confessionário do Padre Pio enquanto este indicava ao menino que avisasse seu pai. O pequeno obedeceu: “Papai, o Padre Pio está te chamando”, disse na porta. Mas o menino… era surdo mudo! Emocionado, o pai acabou se confessando e sua esposa ficou curada do câncer naquele mesmo instante.

ZENIT: Qual é o segredo da popularidade deste santo?

José María Zavala: O amor pelos demais, insisto. O Padre Pio continua recolhendo hoje os frutos de sua semeadura do céu. Na Itália, pude sentir o grande carinho que as pessoas professam por este santo. Ao voltar a Madri, enquanto despachava a bagagem no aeroporto, um policial começou a colocar dificuldades mas quando viu o retrato do Padre Pio que eu levava para um amigo, me deixou passar com um sorriso: “Que passaporte!”, pensei.

ZENIT: E fora da Itália, o Padre Pio vai sendo mais conhecido?

José María Zavala: Espero que este livro sirva para torná-lo mais conhecido na Espanha, onde já fez alguns milagres. Na Argentina, México, Chile e Filipinas ele conta cada vez com mais devotos.

ZENIT: O que significa este livro no conjunto da sua bibliografia?

José María Zavala: É, sem dúvida, minha obra mais importante. Nunca tinha sentido tanta vontade de compartilhar uma experiência como aconteceu com esta, que me marcou para a vida inteira. Dizem que quando o Padre Pio levanta uma alma, não a deixa cair mais. Pois comprovei isso na minha própria pele. Convido todo aquele que queira, por mais cético que seja, a conhecer a este homem de Deus. Lhe asseguro que não permanecerá indiferente.

Mais informações em www.libroslibres.com

FONTE (zenit.org)

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